segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Amar, Amante... Amar

Amo e não me importo
Se você me ama ou não
Amo e me expresso
Em rima, em beijo, em verso

Amo e assim me sinto
Viva, mulher, beleza
Amo e quero tudo
Ciúme, alegria, tristeza
Amo e só me importa
Amar e lhe dar amor

Amo em todos os tons
Grave, agudo, fá maior
Amo e me desnudo
Deixando à mostra meu corpo
Amo sem exigir
Não quero cobrar ou pedir

Amo e me satisfaço
Com cada pedaço que tenho para curtir
Amo e não me envergonho
De dizer do meu amor
Amo dizer Eu te Amo
Amo dizer Te Quero

Amo e danço bolero
Tango e samba canção
Amo e mais jovem eu fico
Amo e mais madura me torno
Amo e gosto da sensação
De ter no amor inspiração
Amo e isto é privilégio
É este o melhor remédio

Amo e sinto pena
Daquele que não amou
Que não fez melodia ou poema
Que não sofreu de desamor
Que não se perdeu em loucuras
Que não construiu ternuras
Que não deu vexame
Que não perdeu dia de exame
Que não sentiu tontura
Fruto da saudade tortura
Que não se sentiu pequenino
Nos braços de seu amante
Que não trocou presente
Aliança e diamante
Que não chorou de alegriaA
o realizar fantasia
Que não entendeu meu canto
E a mim não se entregou

Amo e me pergunto
Como pode existir gente
Que se diz auto suficiente
Que nunca viveu o amor
Amo e só espero
Que este a quem venero
Me ame um pouco também
Se não amarÉ um espectro
Pensando que é esperto
Deixa de gozar
Da mais bela criatura:
A amante que ele tem

Amo e vou amar muito e sempre
Não importa se sou correspondida
Se até perco a medida
Se é o amor que convém
Amo e me amo muito
Por ser capaz de amar
Amo e o convido
Para este verbo conjugar
Vem fazer este momento
A forma mais eloqüente
No exercício de dar
Amar...
Amante...
Amar...


Magda Almodóvar

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